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sábado, 28 de julho de 2012

São esses olhos


São esses olhos que brotam

A maresia do amanhecer

Se a vida se afunda

Entre a tempestade

Nos braços que se estendem

E a vida deixa de viver



Uma pequena flor

Plantada a beira-mar

Nesse cheiro nesse odor

De ternura turbulenta

Rede num barco a remos

Que retorna vazia



São esses olhos que se enchem de alegria

Deixando soltar pequenas lagrimas de dor

Corações perdidos a deriva da alma

Espinhos plantados no amor



Ressurgimentos de um dia

Segundo a segundo

Sem pudor, despidos ao luar

Enquanto tudo sem lugar gira



Palavras secretas

Colaturas abertas

Picadas de insetos

Pelo verão de ti

Pedindo mais um dia

Em teus olhos

De comportas abertas










quarta-feira, 25 de julho de 2012

respiro


Se eu respiro
Tu me abraças
Soltas as asas de um anjo
E fazes para mim um abrigo

Se um pássaro canta
Enquanto danças
Entre os raios de sol
Entre as sombras
Das promessas
Continuando amar, continuando amar

Se a vida te magoa a cada alvorada
Acorrentando a solidão
Ancorando a maresia matinal
Tudo caindo tão perto de cada mão

Se em cada brisa a magia
Em cada respirar se solta amargura
A paisagem de noites soltas
Envoltas em suspiros de silêncio

O mundo gira
O povo suspira
E tudo corre
Como se nada fosse

o pássaro quer cantar
Enquanto danças
Entre os raios de sol
Entre as sombras
Das promessas
Continuando amar, continuando amar

sábado, 14 de julho de 2012

Sementes de silêncio


 



























Sei que é tarde
E as estrelas já brilham
Tenho esta noite
Na campainha
De uma lágrima que cai
Não sendo anjo
Procuro entre o vazio
O teu abrigo

Sombra de mim
Ao relento de um só dia
O pássaro canta
Enquanto vê a árvore crescer
Nas asas do amanha
Me retiro respirando
Entre o vento a poeira que me chama
Levanta-te, levanta-te!
Ao caminhar descalço
No mar que se abre
Minha boca suspira
Enquanto te expulsa
Nas asas desta tarde tardia
Algo do céu se retrai
Sementes de silêncio
Amor ou amor
Paixão ou paixão
Ao segundo do suspiro
 
Ele torna a nascer
Ela o torna a ver
Qual fogueira ardente

Será bem-vindo um sopro no coração



A uma bandeira que iço quando não há vento
A um buraco na alma de poeira
Um barco ancorado cada vez que me desalento
 Sempre uma borboleta que se prende em uma teia

Uns olhos que choram
Uns olhos que não vêem
Uma dor de fome
Enquanto eu puxo o gatilho
E tu me secas o dia de amanha

Uma travessia no deserto
De milhares de km
Onde a chuva nos inunda
Sem um grande guarda-chuva
Alguém me traga um guarda-sol

Cada movimento
Cada passo
Uma voz que chama
Uma criança que clama
A cada momento
Um sonho para sonhar

Um sorriso por dar
Um aperto de mão
Alguém para amar
Uma nova sensação

Porque a vida não tem razão
E em cada segundo
Será bem-vindo um sopro no coração
Que nos faça girar
 Mundo!
Tens muito para amar

Nessas rosas do deserto
Vermelhas do sangue derramado
Ao corpo incerto
De um homem amarrado
Pranteia e sobre teu pecado chora