Apenas disparei
Perdi a razão
Perdi a noção
E disparei
Todo meu ódio
Carregado em uma arma
Apenas disparei minha raiva
Matando teu amor
Me tornei animal
Deixando de ser humano
E sim eu matei
Assassino
Matei um amor
Transformei alguém em dor
E em mim me aprisionei
Fui condenado
Fui libertado
Mas já não era mais eu
Me libertei da raiva
Deitei fora arma
Enterrei o ódio
E pedi perdão
Mas você estava
Cravejada de balas
Em cada uma delas
Contendo meu ódio
Minha raiva
Eu me libertei
Matando você
E me matei
Perdendo você
5 comentários:
Belíssimo como sempre Filipe!!.. Por vezes somos os únicos responsáveis por disparos que depois não há como revertê-los.. e temos que conviver com as consequencias.
Beijocas em seu coração...
*verinha*
Certas coisas valem a pena ter e perder.
Abraço portugas, há.
Foi o poema que mais gostei de ler até aqui escrito por ti. Ele desenha uma acção que nos leva a ler as palavras no mesmo ritmo e movimento dos sentimentos descritos. É sempre bom quando nos apercebemos da forma como podemos destruir o que mais no envolve, porque mesmo que seja tarde para essa oportunidade que morreu, poderá ser um alerta para ou um sinal sonoro proibido para a tentação de agir de novo assim e poderá ajudar-nos a agarrar aquilo que de modo egocêntrico perdemos e certamente para a próxima tentaremos não ser o actor principal.
gostei
boa semana
com amizade
fernanda
Que lindo!
... sofrido e triste, mas BELO !! Beijo, amigo querido.
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