sinto falta do dia que me despedi de mim
sinto falta da amargura do dia da noite da ternura
falta do mar onde me encontrei
nas nuvens onde cedo me contemplei
sinto falta do sorriso
das lágrimas do sentido do improviso
o abraço carente uma mão por desflorar
do compromisso descontraído
sinto falta de cair e de seguida me levantar
memorias desejos guardados
armas por existir campos de flor em pleno elixir
falta de brincar de quem como somos soldados
amados perdoados entendidos portas por abrir
sinto falta do sabor a caramelo
das limonadas de verão
do amigo do escudo protector do elo
noites passadas em serão
e o sol brilha
mas não da mesma forma
sem a mesma intensidade
sinto saudades das cabanas dos putos em sua ilha
sem saberem que o bom da vida e a mocidade
sinto falta de partir espelhos
de arcos e flechas piões e berlindes
das brincadeiras nos recreios
saudades dos que já partiram
dos que ficaram e nunca mais encontrei
das canções que cantamos
palavras que partilhamos
sonhos que seguiram
passo a passo
tempo a tempo
sempre apreçado
sempre lento
cada golo uma vitoria
uma alegria ternura
cada defesa uma aventura
no fim de uma tarde no inicio da gloria
sinto saudades daquele olhar
da incerteza no amor
vontade de cuidar
o mistério a chama que nos envolve no mais estranho calor
sinto falta dos passeios de domingo
das gravatas cheirando a mofo
dos Invernos de guarda chuvas abertos
do bêbado mais um copo pedindo
1 comentário:
filipe, obrigado por me seguires e parabéns, tens aqui um espetacular blog.
O incrivel é que poéticamente és um pouco como eu cheio de sentimento.
Parabéns rapaz
Sou capaz de te adicionar no meu mail e te mandar o convite
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