Não olharei mais para o lado
Para o lado próximo
Quem avista minha frente?
O relento de todos
A sombra que retiram de mim
Entre os azulejos queimados
Que se agarram em meu corpo
Para que? Para quem?
Afinal devo entregar a verdade
Quando apenas apreciam a mentira
E as flores belas que murcham
Ao primeiro raiar do sol
Oprimindo cada movimento
Cada palavra sofrida
Em lagrimas esquecida
Aficando minha alma sempre por eles vencida
Surge a toalha
Rasgada no chão
Pelo suor interior
De meu gasto corpo
Rasgando os sonhos
Golpeando o amor
No vazio
Que não é meu
No vazio que me obrigam a viver
Há alma de pouca sorte
Porque te insurges aos menores
Em nome da humanidade extinta
Em nome de um Deus real
Mas esquecido, sempre esquecido
Há alma arrependida
Sem contentamento
Que alimenta os demais
Do que reclamas alma infiel?
Falaremos os dois!
Apenas os dois
Corpo e alma
Alma e corpo
Porque te iludes?
Nos desejos que não são teus
Nas certezas que não são tuas
Serás tu um Deus?
Para não largares os já de si largados
Cegos são os que que vêem
Coxos são os que andam
E nada nem ninguém
Pode mudar isso
Blasfémia, blasfémia
Essa tua vontade de ser o que não se pode ser
Neste mundo para morrer
Amando quem não sabe amar
Pecado só o teu
Pois tu podes ver
O que quem vê
Sem ver
Ao redor destrói
Lamentos e rebentos
Quem constrói uma morada solida
Em nome digno
Há, há trémulos parasitas
Que nos sejam perdoadas as ofensas
Por eles cometidas
Pois eles não sabem o que fazem
Nem nunca saberão
Nem que o horizonte fosse mais próximo
Ou perdoai pois eles sabem o que fazem
Na certeza de não saber que são
E com essa certeza
Maldita sejas tu alma impura
Para este mundo cheio de pureza
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