A uma claraboia que me desflora
Um ar que não me espera
Um comboio que desespera de esperar
A uma aurora que me cobre os lábios com sabores doces de amora
A um sempre um dia que passa sem sua presença
Livro incendiário por escrever
A sempre culpa e uma sentença
Sempre que teus olhos ao infinito olham tristes
A um louco que ainda me resta
Uma gota de vinho que não presta
A uma música por cantar
Escrita num velho diário por se soltar
Sempre uma aresta por limar
A uma manha para levantar
Um corpo por saudar
Nesta estrada para sonhar
Uma boca para beijar
A um preso em cada janela
Entre a curva de cada viela
A festa que nos resta
Nos gritos dos aflitos
A uma claraboia que me desflora
Um ar que não me espera
Um comboio que desespera de esperar
A uma aurora que me cobre os lábios com sabores doces de amora
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