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terça-feira, 25 de junho de 2013

Este sistema lentamente

Era dia
E já o sol se via
Entres meus olhos que não abriam
Para ver os atropelos das massas

Entre milhares de pernas trocadas
Na sua correria matinal
Fugindo de sua própria dor
Lançavam seu fardo ao rancor

Abriam as janelas fechadas
Fechando a cadeados os sentimentos
Mantendo no pensamento
Que mais este dia a passar
Pela noite a dor iria curar

Rostos fechados
Em corpos vivos
Em almas mortas
Que não encontram a razão de viver

Assaltam os passeios desorientados
Olham os lampiões e perguntam
Como já podem estar apagados
Entre tanta escuridão

Seus olhos estão marcados
Suas pálpebras ainda húmidas
Entre mãos tremulas
Buscam apenas um motivo

E se sentam em silêncio
Nas cadeiras matinais
Entre o corpo dorido
E o sonho esquecido

Na esperança que ressurja um simples milagre
Que venha pela aurora
Bem la depois do horizonte
Entre o deserto que já foi um basto mar salgado

Vozes roucas que não ousam falar
Sobre as chuvas
E os invernos passados
De tantos presentes vividos
Sonhando com futuros incertos

Sem entender que tudo
Este sistema lentamente
Ousou em lhes roubar
Os atirando para o vazio
Da própria alma

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