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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Que me enterrem agora!

Tenho procurado a flor de pétala caída
O corpo despido
Que na nudez nasce pela manha
Rasgando o ventre de sua mãe

No primeiro suspiro
No primeiro choro
O abraço quente e terno
De uma alma que regressa a casa

Sem qualquer bagagem
Sem qualquer pertence
Onde o universo
É uma pequena caixa pintada por sonhos
Guardando todas as cores do arco-íris

Que me enterrem agora!
Afinal a vida é um enterro
Um lugar desconhecido
De uma passagem incerta

Na certeza que apenas se encontra
A morte em cada olhar
As lágrimas intemporais
Os sorrisos guardados

Entre corpos despidos
Pela dor e angustia
Numa manha deserta
Onde o corpo apenas se eleva
Contra o sonho dentro do próprio sonho
Após uma noite mal dormida

Me permitindo agarrar a flor
Mas nunca a pétala que perdida
Cai e cai
A cada dia que passa

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