Tenho visto os olhos a se fecharem
Bocas a se calarem
E silêncios, silêncios genuínos
Profundamente escondidos
Amores destruídos
Entre guerras
Sem vencedores
Ou vencidos
Tenho visto moradas perdidas
Entre passos, que se colam no chão
Entre a sujidade que ele contém
Em palavras ditas sem sensitivas
Os lagos onde habitam as lagrimas decaídas
Os rios que guardam os sorrisos
Que lentamente entregam toda uma vida ao mar
No desespero de quem perde o brilho no olhar
Tenho chorado o sofrimento
Cantado o alento
Navegando a alma
Qual capitão do meu próprio alento
Tenho visto o chamamento do deus
Aquele que não vem
Os chamamentos dos Deuses
Aqueles que não ouvem
O lamento de cada cerca montada
Em arame farpado que nos corta
E rasga o coração
Em cada dia galopante em cada cavalgada
E se o coração se extingue
A alma se esmorece
E se o pensamento cai
O corpo não se distingue
E tomba numa corrente
Sem saber para onde vai
E nada fica
Só a carcaça
De uma alma vazia
Que sofre a cada dia
Sem comentários:
Enviar um comentário