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terça-feira, 14 de maio de 2013

Lusitano invicto

Se o mar se abrisse
Entre o passo lento
Talvez a alma sentisse
A dor que é bem real
Neste trágico momento

Desalento, desalento
Povo de lamento
Culpado sem culpa ter
Intento, intento

Nasce o fruto sem saber
De onde vem sua semente
Sem lhe perguntarem se quer nascer
Como a noite que se deita sobre nós
Ao amanhecer sem perguntar se queremos acordar

Eis a brasina do fogo
Cuspida pelo ditador
Vinho de falso Odo
Que nos assombra em clamor

Como o se o céu se rasgasse a sua ordem
E as legiões de nuvens
Se lançassem a guerra dos homens
Ignóbil a lúmens, ignóbil

Parai, parai, parai
De chorar
De lamentar
Se é para morrer lentamente
Porque não fazeis
Frente lutando

Fazendo acreditar
Que unidos podemos
E devemos lutar
Por um novo amanhecer

Uma nova terra
Um novo céu
Unidos voar
Unidos ao próximo amar

Povo do mar
Ergue teu esplendor
Afasta os reis da dor
Não deixeis ancorar
O barco dos descobrimentos
E lutai contra todos estes lamentos

Lusitano invicto
Será agora que deixaras ser extinto
Ou levantaras o escudo da salvação
Baixando a espada da destruição

A palavra silencia
A voz faz mover
E o barco pode avançar na sua maresia
Chamemos os outros e eles serão ambíguos
E terão de nossa voz ouvir com olhos de ver

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