Famintos de corpos abalroados
Na beira da estrada
Feridos corpos nunca ouvidos
Lamentos sangrentos
Noite escura
Alpendurada imatura
Corpos gelados
Ossos quebrados
Corações caídos
Nunca lembrados
Teclas e teclas
De pianos desgastados
Demandados pelo sistema
Corrupto entre tanta pureza
Ergue te em beleza
Alma de incerteza
Epiderme pálida, cálice do mundo
Batida forte
Do filho da má sorte
Sem traquitana
Ou nobre porte
Entre a espada de dois gumes
Da laranja sumarenta
Quem te ouve?
Quem se ergue em teu favor?
Haverá Deus quem te louve
Nesta caça do rato e da lebre
Haverá quem te erga
Ao desalento
De cada corpo afundado
Pelo mar que a vida não perdoa
Pevides caídas
Entre frutos secos
Ervas daninhas
Pequenas sardinhas
Para tamanho pescador
Cardume de rebanhos
Pastor de ungidos
Jamais vencidos
Oh Mundo porque, nos ousas
Em tanto clamor
Amor deseja a despedida
Deste corpo sem vida
Tudo finda
Em lampiões apagados
Em segredos guardados
E pecados que ninguém quer falar
1 comentário:
Parece-me um poema sobre o Apocalipse mas com palavras certas que , neste momento em que todos passamos, se encaixam perfeitamente.
Isto para te dizer que :Gostei.
Abraço
Graça
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