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domingo, 18 de agosto de 2013

A súplica se solta

Sem esperança
Na própria esperança
O soluço tira o ar
Se ao querer respirar
A súplica se solta

A voz que clama
A paz que se esconde
O regozijo do poder
Uma alma na morte
no amor comprada

Atiro mais uma linha
Onde tinta, risca meu nome
Ao acordar da sesta
Chega a desilusão
Em lamento
Ao negro do luto
Não me pranteio ao corpo
Nele eu nem existo
Ai da alma!
Negra alma que tento expulsar
O velho medo da incerteza
De assumir a inexperiência
Onde sou garrafa nunca vazia
Que se enche sem esvaziar
O perfume é igual
No pecado já pesado

Agora sim
Nesse teu não
Que agora me retalha
Diz me a mim
Se isto é apenas um sim de não
Para que o tempo me confunda
Entre o leve vento que me atrapalha

Quem me descalça
Sendo meus pés, meus braços?
Quem se agarra em meu peito?
Nas horas contadas
E me diz baixinho
Sou eu de ti
Num lugar após outro
carregado pelas asas de uma frágil borboleta.

Posso conter como quem chega de passagem
Não me desculpes se assim te fiz chorar
Não tenho esta primeira na mão em última abordagem
Despe-me e deixa-me constipar e que me entre essa aragem

Não quero uma correção inventada por um filósofo
Quero uma cadeira quebrada, para com ela poder cair
Uma linhagem distinta
Enquanto caminhas surge a pergunta
Quem chegou foste tu, ou mais uma razão?
Até que por acaso arguta esta falange
E no ar! Tem este mundo solução?

Na cauda dessa estrela na chegada
Ao meu primeiro céu
Descoro de pernas quebradas
A dor que em teu corpo cuspi

Quererei eu gostar de ti?
Eu bruto… e tu como amor
De mão na mão
Eu bem ali e tu bem aqui
No desmaio de mais um acordar
Em olhos fechados
Mentirei eu?
Ao pássaro que me amanhece com seu cantar
Podes saber todas as minhas verdades!
para falares as vizinhas
Quererás as mentiras frescas
Eu planto em semente
Tu regas em água
Com o sol que aparece

Agora dá-me uma dor
Eu te darei amor
Mesmo que no fim
Seja tudo deserto
Aqui vive o afeto
Na saliva de uma nova morada
O beijo se extingue
Despe-me e deixa-me constipar e que me entre essa aragem

Choro a noite

Choro a noite
Pelas densas cortinas do meu peito
Choro essas lagrimas
Que ao cantar dos pássaros se tornam sorrisos

Que me fazem gritar
Ao Deus do mundo
Eu estou vivo
E ainda sei amar

Choro a noite
Em teu ombro
Quando acordo
Antes de adormecer

Agarro as sombras
De todos os sonhos
Por acontecer
E transformo teu carinho
No mais belo sonho para viver

Choro a noite
Como quem diz não a dor
Abrindo as portas a uma espécie
De paz interior

Quando sinto vida em ti
Essa vida de mim
Que me transforma em gigante
De castelos por habitar

No sonho
Que dentro do próprio sonho
Sempre me fara sonhar

Tudo são histórias

Almas perdidas
Em um corpo esquecido
Em sonhos que não terminam
Tentando encontrando o segredo da vida

Tentar de novo?
Enquanto sempre vemos a verdade
Nesta jaula do medo
Num grito acorrentado

Muitas estações já passaram
Muitos reinos já reinaram
No horror do choro
Vejo a liberdade ocultada

Tudo são histórias
Palavras ilusórias
Nesta falta de amor
Neste mundo de rancor

Agora acerta meu coração
Mata minha alma
Parte meu corpo
Que não destruirás minha fé

Agora te apresenta como meu assassino
E me devolve o quinhão
Da paz
Através do teu próprio clamor!

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Eu….Suspirava

As unhas me cravavam
O último do meu suspiro
Entre a paixão e o amor
Ela me curava a dor

Caída em suas asas
Branca em suas vestes
Voava em todos os meus sonhos
Plantava toda a semente de vida em mim

Num único abraço
Abria o céu para mim
Entre os pássaros
Que cantavam no princípio do fim

Das montanhas que se moviam
De lugar em lugar
Clareira que segurava meu olhar
A cada dia cinzento

Em que seu sorriso
Era um rio que corria
Entre o meu leito
Se deitava

Com palavras certas nas horas erradas
Entre trovoes
E cinzas já queimadas
O abraço era terno

E as unhas me cravavam
Cada pesadelo
Cada vez que me curvava
Ao medo
Ela dizia ternamente
Que me amava
E eu?
Eu….Suspirava

Dizem que dizem

Dizem que há estrelas no céu
Cometas e planetas
Dizem que há justiça
Por meio da injustiça

Dizem que o mundo é belo
Entre tantos atentados
Dizem que há amor
No meio de tanto horror

Dizem que tudo é perfeito
Entre tudo que é imperfeito
Que se pode voar
Contra o vento

Dizem que se pode marchar
Criar legiões
Correr e saltar
Criar sensações

Dizem que se pode respirar
Que se pode sorrir
Que chorar
E perda de tempo

Dizem que a dor se pode matar
E a fome não tem lugar
Dizem que somos livres
E podemos vencer

Dizem que dizem
Porque dizer
É sempre mais fácil que fazer

Em corações de vidro
Existe muita boa vontade
Em corações de vidro
Sempre cheios de amor
Apenas dizem que estão sempre a quebrar

sábado, 3 de agosto de 2013

Irreais como tudo irreal

As sombras são restos de mim
Bocados de papel fraudulentos
De pensamentos rasgados
De tantas noites acordado

Palpitações de angústias
Muralhas erguidas em segundos
Sobre medos inexistentes
Irreais como tudo irreal

Mas se o pensamento existe
Pensado se torna real
E do irreal
Nasce todo o mal
Que só no pensamento existe

Não sou destes tempos

Sou lançado de novo entre o fogo
Para queimar todos os meus membros
De nada vale
Quando se perde o quinhão da vida

Aplausos aos poderosos
E aos palhaços que ainda conseguem as crianças animar
Minha tenda de circo de tão remendada
Rasgou, deixando o solo inundar minha alma

Os pilares se ergueram
Me cegando os olhos
Me espetando
Uma espada em meus sonhos

Mataram tudo
Comeram tudo
E apenas o ar deixaram
Lhe chamando de amor

Não sou destes tempos
Sendo eu forasteiro
Desta selva sem lei
Esperando apenas
A tenda da salvação
Porque quem não consegue acabar com a fome
Muito menos consegue acabar com a morte

Sem nada possuir

Eram densas as nuvens que cobriam o teu corpo
Chuvas de perolas
Vinda de mundos onde nunca chove
Ah! e teu sorriso simplesmente
Brilhava mais que o sol

Eu não descansava
Em cada pedra que rolava
Em cada âncora que ancorava
Sobre as costas de um peito aberto

Eu fugia a morte
Para te ver em vida
De saúde eterna
Onde a lei era amor

Eram densas ondas
Cavalgadas por belos potros
Em passo de corrida
Pelas areias ainda húmidas do teu corpo

Eram estrelas que brilhavam em teu redor
Enquanto o mundo escurecia na densidão
Das luas por vingar
Nas dunas do teu ser

Era eu poeta
Entre tudo que sou
Sem nada ser
Em tudo que possuo
Sem nada possuir
A receber em meus braços
Todo o teu amor

Uma forma de te encontrar

São as sombras dos nossos dias
Caricias e agonias
Perdidas pelo momento
Fantasias sem Alimento

São raízes sem solo
Beijos secos
De um poema por acabar
Ao levantar da aurora

São as castas
Castas vinhas
De vinho sem alguidar
E gente genuína para podar

Sem respeito
Na moralidade que respeito
São os fantasmas que se tentam agarrar
A uma esperança gasta

Em cada copo levantado
Em cada sem abrigo embriagado
Na dor do amputado
Sorris tu desesperado

São amores
Sem cravos entre flores
De sementes por criar
Nas roubadas mil e uma cores

Nos tornamos salteadores
Ladrões de almas
Entre sorrisos falsos
No abraço letal

Se é esta sombra que me quer guiar
Prefiro cair
Prefiro tombar
Nunca mais ruir

Mas a ti meu amor
E só a ti
Te prometo
Pode até o céu cair
Pode até o mar secar
Podem minhas pernas tombar
Mas sempre encontrarei
Uma forma de te encontrar

Eu te ouvirei de novo a cantar

Sem tua voz
Em cada noite silenciosa
A melodia não tem cor
Até que cantes de novo para mim

De mar em mar
De luar em luar
Ate o sopro
Me pedir descanso
Eu te ouvirei de novo a cantar

Talvez oiças meu apelo
Trazido pelo vento
Que te acaricia a noite fria
E teu coração cante de novo
Para mim

Ler estes tempos

A noite já era escura antes do sol amanhecer, os problemas já existiam antes do nascer mesmo a crescer a lua já não era pura nem as palavras verdadeiras entre pernas cumpridas que não cumprem propósitos ou sentimentos de quem fica aquém de alguém como se de um deslizar de mãos fosse o suficiente para ler estes tempos e secar o rio que nós leva para outra margem!

Afinal quem estava dentro de mim

Mãe afinal quem me deu a mão
No primeiro arranhão
Quem largou a morte
E nos lançou neste lugar sem sorte

Afinal quem estava dentro de mim
Saindo da minha própria alma
Sem o vento da dor
Relaxando apenas num olhar

Afinal meu único amor
Ouviras meus balões de ar
A rebentar sem reclamar
Pisando as uvas das vinhas do amanha

Afinal confortavelmente ocupa minha cadeira
Com um sorriso onde a ternura perdura
E eu prego as tabuas em nossa morada
Sem que o alento te seque

Afinal era tudo um acreditar
Um sonho para sonhar
De um poema
Que teimo em não acabar

Afinal tu és vida em mim
E tu vida em mim
Sempre que me torno criança
E faço birra a chorar

Afinal tu eras o luar
Que eu não sabia agarrar
Confortavelmente e sem reclamar
Tu caminhavas sobre o mar
E me abraçando me sussurravas ao ouvido
Para sempre de ti vou cuidar

A vida

A vida é uma roda que sempre nós faz girar, mas se fizermos da vida uma alma erguida podemos tornar o amor uma vida sentida!