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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Eu pretendo andar descalço




Preciso do descanso eterno
Sem que me peças para ser um rio vazio
Esperando pela chuva que não chega
Por entre este sol ameno
Em cada vez que te destinas ao fracasso
Que me procuras sem me querer encontrar
E espelhas em mim um olhar baço
Sem cor, ou vontade
Não me peças para navegar a deriva
Derrubando árvores
Arrancando montanhas
Destruindo flores
Que se encontra no sitio certo
Eu pretendo andar descalço
No solo que me fez crescer
Germinando a semente em liberdade
Soltar apelos
Ajudando mesmo que não merece
Curando minhas feridas
Em cada prece que faço aos céus
Não me peças para não amar
E me tornar mais uma onda de calor
Que se dissipa a cada nova paixão
Na vida que se complica
Por si só
Deixa-me ser simples
Na vida simples que em mim vive
E me deixa um descanso eterno
Em cada beijo por dar
Em cada abraço
Em cada olhar
E me deixa um dia livre para amar
No amor verdadeiro
Sendo tudo que poder ser
Nesta vida que é simples para quem é simples
Não me tragas um novo amor
Simplesmente engrandece ainda mais este que já tenho
neste solo onde eu apenas caminho descalço



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