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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Vestidos de veludo

Certas rosas são serpentes distintas
Em caminhos diferentes
De espinhos cultivados pelo vento
Aguas profundas caídas do nada
Afogando cada dor

Vestidos de veludo
Em tons de branco
Trazendo a sedução
Em noites quentes

Gritos em alerta
Recorrendo ao vazio
Escutando o fervilhar
De um corpo por nascer

Em lutas constantes
De tempos diferentes
A maresia difere
Em seu cheiro matinal

O amor o mesmo
No sorriso das estrelas
Em formas de amar diferentes
Num brilho menor

E tudo flui
Voltando a florir
Com maior ou menor dificuldade
Tudo se mantém
Ao abrigo do incerto

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Para sempre

Agora que pausadamente
Recordo vazios em mim
Para sempre na saudade
De em ti existir

Ser fatalista
Batalhando o amor em mim
Porque gostar assim
Rasgando a mão
Que se ergue
No esquecimento
Planando no Livramento
Da força que se abre
Sem me dissolver
No que esqueci
Em tanto que me entreguei

E que agora?
No agora que me espera
Agora que pausadamente
Recordo vazios em mim
Para sempre na saudade
De em ti existir

Sons agudos
Nas varandas da vida
Gritos mudos
Sobre a cidade adormecida
Recorrendo ao recorrente
Pela brisa de veludo
Que me abraça
Em corrente forte que me segura
Partindo para uma nova morada
De uma razão ancorada
No rio que flui
Como um rio
Que segue na vida
Quando o sol
Se juntar ao mar
E eu de novo
Em uma vez mais te abraçar

No agora que me espera
Agora que pausadamente
Recordo vazios em mim
Para sempre na saudade
De em ti existir
Para sempre


quinta-feira, 5 de maio de 2011

E no silêncio escuto

Estou na lama
Pelo vazio que me acompanha
Na rotura com a conjuntura
Nego o medo que em mim
 Se transforma
Numa sombra que se derrama
Vagueando pelo noite em nascimento
Ressurjo do nada
Acompanhado pelo movimento
Sem me arrepender de trair o mundo
Não me escondo
Nem fujo
Pelos pântanos da vida
Nem recorro a sábios
De textos decorados
Ou mágicos incógnitos
Tatuando agora marcas
Para o passado
Construo o futuro pelo telhado
Em teias montadas em pontes ressurgindo
No caminho que me esfola os pés
E sem relógios
Destruo o tempo
Dos dias sem fim
Pulando de noite em noite
Procurando o amor perdido
Pelas montanhas da paixão
E no silêncio escuto
A voz da esperança
Que me nega
Acordando minha alma
Em vida