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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Em qualquer corpo morrer

Por uma só vez
Peço que me detenham o meu passamento
Que me deixem
Dormir no rio ao relento

Que me deixem ir pela corrente
E que ganhe minhas próprias cicatrizes
No meu corpo poluído
Que meu espirito não se de por vencido

Que deixem cair sobre mim a chuva
Gosto dela bem forte
Acaridando meu cabelo
Molhando minha alma
´
Não me dêem abraços
Estou farto!
De abraços sem sentido
De beijos secos
Onde só o veneno faz sentido

Não quero cadeiras para me sentar
Não queira minha alma qualquer tipo de assento
Apenas me deixem ficar de pé
E apreciar o céu por um único momento

Por uma só vez não me falem da morte
Estou vivo!!!!
Deixai-me viver
E quando chegar hora
Então pensarei o que significa morrer

Não me tentem secar as lagrimas
Traiçoeiramente
Pois eles me dizem que estou vivo
E me fazem viver

Apenas me ditem os silêncios
Que só os verdadeiros podem entender
Apenas me dêem os momentos simples
E não me tentem fazer nada saber

Apenas por um momento
Deixai-me ser o que minha alma
Abraçar para seu próprio alento
E depois descansadamente
Posso deixar meu corpo
Em qualquer corpo morrer

Metade

Somos muito mais do que aquilo que conseguimos ver,muito menos do que aquilo que achamos ser e metade do que podiamos ser!

Entendo as lagrimas

Eu não entendo este lugar onde nasci
Nem a alma que em mim mora
Nem entendo tudo que vi
Nem o tempo que demora

A flora do homem
O berço da criança
Que grita sem se perceber
Que ao crescer ira continuar a gritar

Não entendo como o ódio tem vencido o amor
Num ser maravilhosamente criado
Que somente sente dor
A cada degrau da subida do envelhecimento

Entendo as lagrimas
Como comportas
De uma barragem que se abre
Para aliviar o sofrimento

Entendo os pássaros
Que cantam as mais belas melodias
A vegetação dos campos
Que fazem o mais belo arco iris

Não me quero entender
Enquanto me for possível
Entender meu próximo
Em cada clamor

De asa quebrada
Em vou-o decrescente
Para a explosão
De mais uma bomba
Que pode matar milhões

De razões e pensamentos
Que imerge em cada respirar
No soluçar dos olhares
Eu escuto, eu escuto
Mesmo sem escutar
Elevo a alma
Ao mais profundo mar
Sem ter medo de la encalhar
Porque o céu não me venceu
Apenas me convenceu
Que não pertenço a qualquer lugar
Mas, meus amigos
Mesmo assim
Por ele irei sempre lutar

Erguer a voz
Soltar sorrisos
Gritar, gritar
Em sinais de fumo
Contra tudo
E contra todos
Que a injustiça
Quiserem em meu lar
Na terra que me viu nascer
Aqui em qualquer lugar
Plantar

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Não, não, não



Não, não, não
Quero mais ver
Essa tua guerra interior
Não, não, não
Quero mais sentir o medo te vencer
Esse adormecer sem querer despertar

Perdida sobre o escuro
Cega pelo momento
Ancorada no desalento
Prostrada pela dor

Todos os pequenos momentos
Todos os silêncios deves abraçar
Sem medo de falhar
No que ainda resta para amar
Novas portas irão abrir
Novos sinos vão tocar
Teu corpo que quer tombar

Não, não, não
Te quero ver mais chorar
Quero esse olhar em frente
Para que mesmo da tua pequena janela
Possas ver, que o sol esta a brilhar
E teu nome escrito Nas águas do mar

Só mais um respirar
E tudo será
Apenas uma velha
Historia para contar

Nesse coração que não é dor
Teu coração não é de dor
Apenas existe lá sem saber
Que o amor
Esta la para te guardar

Não,Não,Não
Não quero ver mais
Tua alma em teu corpo gritar
Enquanto as estrelas te tentam iluminar

Em todos os momentos
Que São vulneráveis
De tantos segundos
Em sorrisos sem fim

Eu não,não não
Jamais te direi que não
 Mesmo não sendo a salvação
Direi sempre
 Não,Não,Não
Pois vives em meu humilde coração


Esquece

Esquece tudo que falei, esquece tudo que vi.Mas lembra sempre o que ainda não falei e o que ainda não vi!

O sonho que morreu

Tentativa repetida de subir o degrau
De erguer o pilar
Trepar o topo da montanha
E de la gritar
Eu culpo o homem!
Sim!
De subir a lua
Para la de onde as aguias voam
Destruindo o sonho

O sonho que morreu
Na pressa
De voar tão cedo a lua
E disparar sobre as estrelas

Eu passo o testemunho
Como a minha geração
Não é culpada
De a lua ser mais importada
Do que a terra habitada

Eu culpo o homem!
Sim!
De subir a lua
Para la de onde as aguias voam
Destruindo o sonho

O sonho que morreu

Quem eu sou?


Nada comparado com o vento
Uma entre tantas
Partículas do tempo

Que urge em partir
Caminhante de águas frias
Sonhador compulsivo
Poesia escrita por um desconhecido

Que empresta sua alma
Ao mundo deserto
Que não teme o incerto
Poeta que nunca se acalma

Pena molhada
Em um tinteiro
De emoções
Alma sentada
Mas nunca parada

Que eu sou?
Um entre tantos
Muitos entre poucos
Um tudo de nada

Onde o sonho
Nunca acaba
Na poesia
Essa a que verdadeiramente
Me ama

E se estende sobre mim
Como um manto reluzente
E cada caminhada
Aquela que me abraça
Até ao eu mais íntimo

Que me despe
De qualquer defesa
Que me ergue
Em tanta tristeza

Que me alimenta
Dia após dia
De esperança
Que é possível a mudança

Viajar para todo o lugar
Onde minha alma queira estar
Me permitindo abraçar
Tudo que a humanidade pode dar

Posso ser eu, podes ser tu

Posso ver como quem passa por mim
Um infinito destinto
De mãos suadas
De árvores dizimadas

Em suas raízes cercadas
Rastejam os vermes
Escolhidos pela sorte
Dos enfermes

Posso sentir como quem entra em mim
O poder da revolta
Os danos colaterais
Que ela solta
Entre abraços negados
E espelhos quebrados
Na esperança
Que a solidão não seja mais que uma ilusão

Posso ser em mim
Partículas de vários eus
Um sonho dentro do próprio sonho
Para sonhar

Onde ninguém se pergunte
Se de novo quer acordar
E de novo
Ter que lutar

Posso ver lá fora
Os lobos famintos
Em plena luz do dia
Ensopados de sangue

Inocentes de asas quebradas
Em lagrimas delineadas
Por um olhar puro
Perante tal ato impuro

Posso chorar ou sorrir
Escolher calar ou falar
Sofrer ou fechar os olhos
E parar de viver

Cada emoção
E me afogar
Num rio de egoísmo
Abrindo as barragens
Aos que me consomem o coração

Posso ser eu, podes ser tu
Do outro lado da margem
A precisar que se estenda a mão
E se afague o cabelo
Amparando um coração

Incompletos

Incompletas são as vozes que se calam
Incompletas são as palavras que se guardam
Incompletos são os que apesar de ter coração não amam
Nada além de eles próprios
Incompletos são os que precisam do poder para serem reconhecidos
Incompleta é esta vida rodeada de incompletos
Que dizem que a vida os tornou assim, quando foram eles que tornaram assim a vida!

Parte e reparte

O mundo parte
Parte e reparte
Entre milhões de almas
E biliões de vozes
Que caem aparte
Do sigilo dos Deuses de plástico

Sem alma parte o mundo
Sem sentido
Mal dirigido
Na humildade que ficou
Como sangue nas mãos de caim

E seguem, seguem
Os santos
Santos que quebram
Suas veias contra muros altos
Para tanta imoralidade

Filipe Assunção

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Fome qual fome

Homem despojado do seu próprio território
Impotente diante do Omnipotente
Neste sistema alectório
Rolam cabeças do presente

Enquanto os galos cantam
O sol se esconde
Dos que se encantam
Nesta moralidade agnome

Fome qual fome
Neste mundo enorme
Cada um lamenta
Seu nome

Nesta arca de Noé
Que se abram os olhos
Antes da porta se fechar
Ou não haverá altar

Para contemplar
Quem com palavras
Quis fazer acreditar
Que ao homem
É possível, alguma coisa dominar

Não quero mais calçar

Que dia é este agora?
Calçando meus sapatos
Corrompendo meus sentimentos
Entrando na minha mente

Flor de despeito
Que ergue seus espetos
Ao meu estreito peito
Sangrento momento

Podes acalmar este meu trovejar
Encarar a caravana
Do meu grande final
Ao encontro do seol

Dar passos lentos
Saltar gigantes
Com passos de anões
E guardar meus momentos

De memória extinta
Presa num corpo
Molhado pelo dilúvio do início
Acorrentadas as dunas do deserto

Podes pecar mais um pouco por mim
Libertar minha alma
Das cicatrizes
Cegas aos olhos
De quem as sente

Podes ficar só mais um momento
E deixar minha alma a tua abraçar
Até meu coração
Em paz poder repousar

Neste dia
Que meus sapatos
Não quero mais calçar
Para em minha mente entrar

São silêncios

Todas as minhas memórias
São silêncios estridentes
De sonhos mortos
E promessas por cumprir!

Enquanto deito tudo fora

Ouve-me mais uma vez
Enquanto a chuva não para lá fora
Enquanto esta parede revestida
Nos sustem e não nos joga fora

Escuta-me agora
Enquanto o sol dorme
E lá fora
Se ouve os gemidos da escuridão

Solta uma
Entre outra palavra
Enquanto te seguro
De novo tua mão

Pinta uma solução
Na parede branca
Escreve uma canção
Ou apenas me encanta

Com o silêncio escondido
Com o sorriso despido
Entre tantas vestes desnecessárias
Rasguemos nossas conversas mandatárias

Enquanto deito tudo fora
Abre a janela espreita agora
A brisa que já adormeceu
Num sonho que adoeceu

Pela calada da noite
Enquanto se escondiam
Os preparativos
Todos nos davam motivos
Para erguer a voz

Memorias já esquecidas

As árvores crescem sem raízes
Os pés enraízam os passos
Em todos os corações com cicatrizes
Em todas as vozes dos cansados

A terra grita
O céu estremece
O corpo que se debilita
Na alma que carece

Selvagem momento
Sem alento
Se roga ao tudo
Em que o nada esta presente

O fruto podre do ventre
O cálice de veneno
O destino ausente
Trazendo mais um segredo

Numa gota de água
Transparente
Na esperança que o coração
Se abra

Numa brisa destinta
Onde o rio possa correr
Para o imenso mar
As almas possam contemplar

Um novo dia amanhecer
Onde o pranto e a dor
Sejam apenas
Memorias, memorias
Memorias já esquecidas

Pensamento

Não é que o amor não exista, o que não existe é força de vontade para amar!

Pensamento

Pena o amor apenas estar enraizado na língua e não no coração!

Posso ser eu, podes ser tu

Posso ver como quem passa por mim
Um infinito destinto
De mãos suadas
De árvores dizimadas

Em suas raízes cercadas
Rastejam os vermes
Escolhidos pela sorte
Dos enfermes

Posso sentir como quem entra em mim
O poder da revolta
Os danos colaterais
Que ela solta
Entre abraços negados
E espelhos quebrados
Na esperança
Que a solidão não seja mais que uma ilusão

Posso ser em mim
Partículas de vários eus
Um sonho dentro do próprio sonho
Para sonhar

Onde ninguém se pergunte
Se de novo quer acordar
E de novo
Ter que lutar

Posso ver lá fora
Os lobos famintos
Em plena luz do dia
Ensopados de sangue

Inocentes de asas quebradas
Em lagrimas delineadas
Por um olhar puro
Perante tal ato impuro

Posso chorar ou sorrir
Escolher calar ou falar
Sofrer ou fechar os olhos
E parar de viver

Cada emoção
E me afogar
Num rio de egoísmo
Abrindo as barragens
Aos que me consomem o coração

Posso ser eu, podes ser tu
Do outro lado da margem
A precisar que se estenda a mão
E se afague o cabelo
Amparando um coração

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Tu ai

Confortavelmente hipnotizado
Avisto os navios desorientados
Quando era criança avistava o horizonte
Como adulto fui circuncisado

Este não sou eu
Nestas águas alteradas
Estes não somos nós
De barragens fechadas

Tu ai!
Que criastes as muralhas
Que entregastes os braços
As algemas
Consegues sentir?

Tu ai
Que confortavelmente negas
As pedras que rolam
Sobre nossas montanhas

Que cegas corações
Roubas sonhos
Com mentiras e ilusões
Que nos rasgas os sobrolhos

Liberdade
Democracia
Tanta maldade
Irmão sem irmandade

Quem vai ajudar?
A quebrar a muralha
Quem vai apagar esta acendalha
Deste sistema que te retalha

Sobre o frio
De quem só conhece o quente
E se senta
Nos olhos da lagrima

Dos que estão sozinhos
Forçados e esquecidos
Carregando as tempestades
De suas majestades

Quem vai desistir sem lutar?
Sem voltar para casa
E gritar
Tu ai

De sorriso aberto
De olhar desperto
Sem coração
Com alma no deserto

Tu não estas ai
Neste mundo que eu vi
Estrelado céu que caiu
Sobre ti
Confortavelmente
As pedras
Rolarão sobre
Sua cabeça

Devoluto

Invisíveis são os sonhos ocultos
Os sábios lhes chamam de tontos
Sem os poder tocar

Surge o mar
Amanhece um olhar
Uma palavra por escutar

Invisíveis são os sentimentos
A verdade que nada mais
Que uma mentira

Surge a vontade
De amar
A saudade

De agarrar
Um abraço
Por abraçar

Surge a vontade
De ainda em vida
Nesse momento parar

Um sentido desconhecido
De um jazigo
Jamais vencido
Invisíveis são as vozes
Em calamidade artroses
Acumulando pesos desnecessários
Que nos mantem presos

Numa vida invisível
Aos olhos do irremediável
Ao carismático
Poder do oculto

Devoluto
Jaz defunto
Sem palavra altiva

Que grita viva
O vazio
De uma solidão
Que nos aproxima

De um dia banal

Vagueio pela eira
De um dia normal
Já ninguém me fala
Na minha seca videira

Serei eu a rua
Na morada crua
Ou serei o mar
A sonhar com o luar

Deixarei eu me despir
Pela geada
Enquanto posso Sentir
A pele gelada

De um aconchego
Sem relevo
Pois a noite não tem fim
Enquanto espero o nascer do sol

Não posso voar
Neste céu fechado
Não quero chorar
E te deixar

Não quero morrer
Nem tão pouco viver
Sem saber
O que o homem
Anda por aqui a fazer

Vagueio a ternura
Uma espécie de loucura
Que se esvazia
Na amargura da solidão

Sou eu sem eira nem beira
Construindo um caminho
Acendendo a lareira
Do meu próprio destino

Enquanto me falo
Rasgando pais uma página
De um simples jornal
Que trás mais um dia de loucuras
De um dia banal

Sim em tempos ouvi a voz

Faço do hoje
Meu novo amanha
Bem tenho visto tua bondade
Pairar sobre minha ansiedade

Bem sei que nunca desistes
Pois quem desistiu fui eu
Cegando meus olhos
Negando a verdade

Cristalina, pura
E me deixei viver
Neste mundo
De utensílios fúteis

Me lembro agora
Onde devo armazenar tesouros
Que a fé move montanhas
E que a palavra é viva

Que a imperfeição existe
Em todos os cantos da nossa existência
Que devemos ser benévolos
Que nunca me devo desviar nem para esquerda nem para a direita

Sim em tempos ouvi a voz
Me dizendo este é o caminho
Mesmo que muitas vezes vás cair
Outras tantas te levantarei

Sim a liberdade esta ainda por vir
Mas a certeza não
Pois a fé
São as expectativas certas
Das coisas ainda não vistas

Queremos

Queremos agradar de coração
Dá-mos tudo que temos
Como sabemos
Até perdermos a razão

Pode alguém dar mais do que têm?
Nas exigências ilusórias
Tudo fica aquém
Das perfeiçoes irrisórias

De quem exige aos outros
Aquilo que nem a si próprio exige
Ninguém pode salvar ninguém
Mas todos podemos suportar uns aos outros!

Eu não queria ser toda a gente

Eu queria ser homem de porte
Ter ódio a lagrima
Que nos brota
Na minha ávida

Eu não queria ser toda a gente
Nos passos pesados
Nem sem gente
Nos abraços maltratados

Não queria ser a agonia
Telhado de vidro
Pelas pombas unicamente usado
Que sempre se afastam pela ventania

Quando o sol se esconde
E o mar chora
No horizonte sem onde
Na água que la mora

A demora que se apresenta
Num grito de poeta
Como recém-nascido
De face discreta

Eu não queria ser toda a gente
Nos passos pesados
Nem sem gente
Nos abraços maltratados

Dizer sim não custa menos

Não posso deixar
Nosso amor em perigo ficar
Qual pássaro abatido
Caído ficar

Morrer calado
Não faz a vida mudar
Soprar os ventos
Não faz o mar abrandar

Tocar o céu
Largar o véu
Ficar parado
Entre um muro drogado

Dizer sim não custa menos
Que dizer não
Viver assim
Não me faz perder a razão

Largar os ratos no porão
No poleiro
No bengaleiro
Dos lenços de mão
Feitos de seda roubada
Sem alpendre
Ou Alpendurada
Segue a linha rasurada
A lama espalhada
Qual vulcão em erupção
Através de uma voz calada

Ser história de encantar

Eu queria ser o pássaro ferido
O voador do teu destino
Retirar de ti todo o perigo
Fazer do teu choro de alívio

Ser o conselho destemido
A roupa despida
O cavaleiro ungido
Tua cabeça erguida

Eu queria ser suas mãos
Desabar todas as muralhas
Ser criador de emoções
E apagar todas as acendalhas

Ser história de encantar
De um reino distante
Um livro para folhear
Envelhecido e errante

Que marca todo o passado
Não se esquecendo no presente
Trovador amado
Ser teu mais que de toda a gente

Tutelados por anjos seculares

São voltas
De sopros para o ar
Moinhos sem vento
Dentro do mar

Canteiros sem pétalas
No perdão que não vem
São indicadores erectos
Nas linhas extintas dos eléctricos

Viajem só de ida
Sem destino
Ou bagagem
Sem passagem
Onde se possa recomeçar

O sorriso
O abraço
O beijo por dar
Sem lembrar o cansaço

Das estrelas por iluminar
Nos pântanos
Que tantas vezes tivemos que caminhar
Lavrando as lagrimas em cântaros

Partiremos sem olhar para trás
Como há muito tempo
Ló deixou em paz
A grande Babilónia de Satanás

Tutelados por anjos seculares
No poder da direita
Moisés também abriu marés
Na água estreita

De um deus que governa o mundo
Não sendo ele maior
Perante o Santo, Santo, Santo DEUS criador
Em seu poder é ele bem menor

No reino que já reina
Sem se ver
Em breve
O mundo ira ver um novo governo descer

Filipe Assunção

Μεγάλη, Άγιος, Άγιος hiave εισαι

Minha Mãe menina

Tantas vezes neguei
Meu amor por ti
Tantas vezes chorei
A teu lado e não te vi

Quando era ainda um menino
Que caindo
Te pedia um abraço
E mesmo no meio do seu cansaço
Você vinha correndo sorrindo

Muitas vezes enfrento as saudades
Desse tempo em que me protegias
Hoje sou as metades
De tudo que querias

Mesmo assim minha lagrima cairia
Em cada beijo que me daria
Minha querida mãe Maria
Se pudesses tirar
Cada dor que eu sentira

Se ainda eu pudesse segurar tua mão
Beijar teu chão
Carregar tua emoção

Sem nunca ter que te ver partir
Para te ter sempre para me ouvir
Sem nunca ter seu caixão que carregar
E a teu lado sempre ficar

Minha Mãe menina
Minha senhora vivida
Minha única amiga
Que neste mundo nunca se deixou ser vencida

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Permitindo a lagrima distinta

Oh! Noite apenas chega adormecida
Retirando tua forte mão do meu peito
Deixa meus olhos fecharem
Para me deitar em meu leito

Deixa-me o medo despir
Ver! Para sentir
Quem a meu lado esta a chorar
Sem lagrimas no olhar

Se a lagrima distinta
A tal porta cai
Como uma campainha
Inundando nossa porta
Por abrir

Abrindo o mar
Pintando o céu
De sonhos por colorir
Entre corações que querem sentir

A brisa de tantos desertos
Tocando sua face
Levando a agonia
Deste dia incerto

Oh! Noite apenas chega vencida
Reluzente e cansada
Como uma promessa cumprida
Ao raiar da alvorada

Permitindo a lagrima distinta
A tal porta cair
Como uma campainha
Inundando nossa porta por abrir

Pela estrada iluminada

Se esta tudo bem
Tudo fica mal
Se aqui não vem
Não acendas o castiçal

Se o beijo esta presente
Em nossa boca ausente
Tudo fica bem
Sem ficar mal

Podes gritar
Que eu vou sorrir
Podes chorar
Que eu vou lá estar

Quando a chuva cair
E o ar deixar de soprar
Eu vou- te segurar
E meus olhos não vão mentir

Quando tudo falhar
E nada mais existir
Sempre te posso abraçar
E te fazer dirigir

Pela estrada iluminada
Ruas da madrugada
Entre noites sem morada
Em que a alma pode ser ancorada

Se for para chorar
Também será para amar
Se for para sofrer
Também será para aprender a viver

Se quiser fechar a porta
Abriremos a janela
É que a vida já vai tão torta
Que pior seria
Amar o amor que não desabrocha

Entre o erro

A vida é tão curta para encontrar a felicidade
Que no princípio queremos o fim
No fim dá-mos tudo por um novo início!
Neste fado meu
Neste amor só teu
De um corpo gelado

Guitarra que chora
Entre uma nota solta
Quando alguém vai embora
Para um lugar que jamais se encontra

Somos o princípio
Do fim
Na hora de ponta
Alma que se desencontra

Entre o erro
De viver
Cantando de qualquer maneira
Sem fruto podado em uma videira

Que nos chama
Para entregar as mãos calejadas
Ao tempo sem tempo
De esta vida estrangeira

Que nos arrepia
Estremecendo os membros
Fúteis, mais que fúteis
De nosso negado corpo

Que nos torna a vida tão curta de longanimidade da alma
Que no princípio queremos o fim
No fim dá-mos tudo por um novo início!
Neste fado meu
Neste amor só teu
De um corpo gelado

As vezes

As vezes é o coração
Que me inquieta a razão
Outras vezes
Uma canção que me inquieta o coração

As vezes querem amar
Apenas para deixar de amar
Sofrer uma dor
Para poder dizer que é amor

Outras vezes queremos
Esquecer o que mais queremos lembrar
Chorar sem chorar
Ouvir sem ouvir
Seguir os desejos
De um coração perdido
Por encontrar

As vezes se viram as costas
Por medo um simples abraço
Fechamos os olhos
Para não receber um beijo
As vezes queremos tudo
Sem nada querer
Não dando valor
Ao que temos sem saber
De que com simplicidade
Se encontra a felicidade de viver

Talvez seja uma revelação

Talvez tenha sido essa nossa dor
Que não percebi
Nos dias de inverno
Em que o amor não recebi

Sempre que meu coração
Em teu peito se deitou
Afagando as magoas
Entre as pernas cansadas

Nesta derrota que chora
Na tua alma que demora
No erro de ser eu
A entregar o corpo meu

Talvez seja essa derrota
Que nos conforta
Qual canção
Cheia de emoção

Que une uma, numa
Duas na mão
Esse sincero
Grito de paixão

Talvez seja uma revelação
Do que esta para la da emoção
Na dor
Que sem dor
Nunca saberá o que é amor

Tudo são tretas

Tudo são tretas de quem não assume que errou, de quem diz que perdoou e continua apontar o dedo que mais valia não ter na mão!

Ser poeta

Ser poeta não é ser mais alto,mas sim andar descalço e sem vergonha ser menor!

Ando tão

Ando sem alma no corpo
Me tornando rato de esgoto
Ando tão sem paixão
Que perco toda a razão

Ando meio triste
Nesse sim tão desejado
Ando tão cansado
Da paixão que tu não sentiste

Ando tão apaixonado
Que não avisto mais o mar
Nem minha a espuma
Nas areias a tocar

Ando tão distante
Que o amor fica adormecido
Na flor que não quer crescer
Sem sentido caminhante

Ando tão grande
De pequeno
Ando sem alarme
No segredo sereno

Ando tão mal amado
Num barco naufragado
Ando tão errado
Neste farol apagado

Ando em tua pele
Sem sentir o mel
Do beijo
A flor de pele

Ando tão com você
Que me esqueço de viver
Ando tão teu
Que em seus braços sei dizer
Que isto é amor!

Querer ser gente

Querer ser gente

A um pequeno barulho na minha cabeça
Que grita tristeza
Me obrigando a entrar na alma de supressa
Criando a ilusão de que tudo chega com certeza

Lampião que ilumina a calçada
Dos sonhos a cada madrugada
Maldita! Lâmpada
De génio apagada

A um pequeno ruido estridente
Que entra na minha mente
Cintilante e carente
Me entregando ao corpo pela primeira vez
Ao mundo presente

Sou eu no meu da rua
Despindo, carente
Sem rosto, sem gente
És tu nua
Sem passos, sem rua
Vestida de amargura
Também querendo ser gente!

Mesmo com medo

Mesmo que seja um estranho atrás de uma muralha
Não tenho que partir ou voltar
Mesmo que queira meu coração doar
Não tenho que amar um novo luar

Não tenho que querer
Sentir ou recorrer
A uma ideologia
Para me segurar

Mesmo que o barco queira afundar
Eu posso remar
Eu quero remar
E agarrar o coração do mar

Mesmo que tenha que ir
Não me podem obrigar a ficar
Nesta falsa fé
Sem meus joelhos para me manter de pé
Mesmo que tenha que perder
Não quero falsamente recorrer
A um corpo gelado para me abraçar
Mesmo que não possa vencer a morte
Posso vencer a vida

De quem já nada teme
Mesmo com medo
Eu sou quem me faz sorrir
Nesta estrada por descobrir

Mesmo que seja um estranho atrás de uma muralha
Não tenho que partir ou voltar
Mesmo que queira meu coração doar
Não tenho que amar um novo luar

Sou dos sem cor

Eu não sou daqui
Tenho outra bandeira
Eu não sou desta terra forasteira
Eu não sei de mim

Perdido no rio
Do fogo que me ladeira
Sou o que digo
Sem dizer nada

Pertenço a outra estrada
A uma avenida marcada
De uma geração quebrada
Eu sou dos sem casa

Sou dos sem cor
Palpitando ao amor
Não guardando rancor
Não me ergo ao louvor

Sou forasteiro
De uma rua sem estrada
Sou sem morada
Pois minha rua
Esta marcada pela,
LIBERDADE!

Vampiros carnudos

Eu nasci com a forca na garganta
E quase morri por falta de esperança
E o corpo sangra no que senti
Neste País da tanga foi o que vi

Que ladra sem açaime
Mordendo sem crime
O crime que nos mata
Na ordem que o tolo acata

Sentidos desnudos
Vampiros carnudos
De aviões de papel
Lapidando cada osso
Pela força de um cinzel

Eu nasci em divida
Sem pai nem mãe
Numa pátria oprimida
De general sem quartel

Eu não assumo
Nem aceito nada
De uma vela não içada
Nesta bandeira que já não é lembrada

Eu nasci surdo
Mudo, carrancudo
Com tudo
Com nada
Em um mundo que é uma arma
Para tirar a carne até a própria ossada

Aos ouvidos Dos surdos

São mais seguras as escuras ruas da cidade
Do que essa solidão que se estende
Por de trás das portas de um quarto

Se a porta não abre
Nesta escuridão atroz
Vais nascer
Num mundo ao contrário

Se a voz não se soltar
Vais lembrar
De olhar de frente a morte
Dos que sem sorte arriscam viver

Vais lançar as forcas
Silenciado
Por gritos mudos
Aos ouvidos Dos surdos

Vais perder as forças
E desejar morrer
Em vida
Para voltar a nascer
Com outro mundo no olhar

São

São mais seguras as escuras ruas da cidade, do que essa solidão que se estende por trás das portas de um quarto!

Desértico do meu próprio eu

Eu que sou nada
Em nada que sou
Sei bem meu lugar
No nada
Desértico do meu próprio eu

Na humildade que viu nascer

Meu rosto estava gasto
Pelas intemperais das acções
Meus membros fracos
Por promessas por cumprir

Solo que me pisa
Sujo, gasto
Tímido em seu jeito de ser
Silenciando cada palavra

Do amor oculto
Que me assombra
A minha pálida face
Em sinais que pedem ajuda

Quem sou eu?
Quem és tu
Quem somos?
No meio do nada

Pura ilusão
Sedução sem fim
Rasurado
Rasurado
Por um lápis banal

Que torna meu poema
Sentido
Chorado
Mesmo sabendo
Quem ninguém irá entender

Que eu desço as nuvens
E me quimo nos sois
Lançando a lua ao mar
Medo que escondo
Temendo
Sem medo ter

De quem se da jovem
A um presente envelhecido
A um futuro
Onde a fé não quer caber

Então meu poema se torna banal
Egoísta
Sem sentido
Ridículo aos demais

E eu?
Sorrio
E eu?
Respiro
Pois não me prendo aos demais
E meu rosto se torna velho
Na minha juventude
E minha sensibilidade
Se torna um sacrifício

Por amar tudo
E todos
Mais que demais
Me tornando um inútil
Para agradar a quem
Acha que sabe demais

Na humildade que viu nascer
Na humildade que me viu crescer
Na humildade que me vê viver
Na humildade que exacta ira ver meu corpo morrer


Para seu próprio prejuízo

As espadas estão erguidas
Sobre o solo corrompido
Reis que galopam
Saqueando tudo sem coração

Estátuas de pedra que se erguem
Entre as cidades
Amaldiçoadas pelo sangue derramado
Que clama o criador
Fileiras de escassez de víveres
De vidas que se perdem em vão
Em nome de bandeiras
Em jogos sem fronteiras

Palmilham esses sapatos
De cordoes atados
Os donos da voz
Soltando a mentira

Liberdades fúteis
Acorrentadas por interesses
Sem propósito
Alicerçados na argila

Dominando homem
Para seu próprio prejuízo
Soltando a epidemia do medo
Na injustiça que agora se tornou justa

Falando de anjos caídos
E demónios que ainda não foram vencidos
Geme o mundo na sala de parto
Parindo uma nova espécie de animais

As flechas

Tudo estava bem perto quando meu corpo ficou deserto na quente paixão que se apressa pela idade da vida ao encontro do amor, as palavras eram curtas e certeiras as flechas eram apenas de brincadeiras arcos e arvores mal tratadas entre ramos de outono o verão nunca chegou. Era eu bem ali no pico do barulho procurando meu nome, basculhando cada lugar chapinando na lama, dançando sobre a chuva, saciando minha vontade de viver! Eras tu no vazio que eu não avistava entre sujas mãos e falsas ratoeiras de céu aberto gesto discreto de quem apenas com o vento quer partir rachando cada raiz a cada machadada que sangrava meu coração. As flechas se tornam reais e o arco as atira sangrando um impuro mas simples coração!

Tenho o juízo dos loucos

Tenho mundos corrompidos na minha medula
Jardins proibidos
Medos por vencer
Entre sonhos já esquecidos

Tenho beijos por dar
Entre abraços que não dei
Memórias curtas
Longas de cicatrizes

Tenho a importância de cada gota
Vertida em meu pequeno oceano
Puxando a vida pela proa
Naufragando em cada duna

Tenho aquele sorriso fechado
Que se abre ao amanhecer
Pelas portas do mundo
Esquecido a cada anoitecer

Tenho as lagrimas em meu peito
Aquelas que não quero verter
Que me fazem querer sofrer
Por uma ou outra terra para viver

Tenho o juízo dos loucos
Entre a poesia
Que me corre nestas veias de loucura

Tenho o mar como meu
Assim como cada vez
Que me ergo ao topo
Do nada
Para apenas em silêncio respirar
As asas do amor

Filipe Assunção

Como podia eu saber

Como podia eu saber
Que o mundo escondia o amor
Por trás das muralhas
Adormecido e acorrentado

Como podia eu saber
Que enquanto o mundo grita
Minha alma gentilmente
Iria gemer

Como podia eu saber
Que as estradas se iriam fechar
Que meus pés
Se iriam cansar
Da tanto caminhar

Como eu podia saber
Que o vento me iria roubar
Os sonhos
Para afundar no mar

Como poderia eu saber
Que uma palavra
Pode atingir um coração
Sendo letal
Causando um vendaval

Como podia saber
Que é melhor perdoar
Do que ficar
Na solidão a sofrer

Como podia eu saber
Que o mundo escondia o amor
Por trás das muralhas
Adormecido e acorrentado

Como podia eu saber
Que enquanto o mundo grita
Minha alma gentilmente
Iria gemer

Os gritos dos corações por nascer

Rosas entre amores
Doutrinas em pequenos dissabores
De uma vida secreta
Sem cariz discreta

Mesmo aqui neste fatídico lugar
Onde as veias querem pulsar
Entre chaves perdidas
E portas por abrir

Contra o regresso do desalento
Em tudo que o tempo ousa roubar
Das noites perdidas
Sem dias mal dormidas

Para quem já não esta aqui
Entre quem já não volta
Para quem muito perdi
E me assombra em revolta

Escarpa sem fim
Quem te viu?
Quem te vê?
Para la dessa muralha de ferro
Para la da sombra vazia

Pode o mundo ser tão cruel
E teu corpo nem ouvir
Os gritos dos corações por nascer
As futuras gerações por morrer

Espada da divisão

Mais um dia que passa
Entre a clareira entreaberta
Hoje acaba uma etapa da minha passagem
Amanha começa uma nova etapa
Escrita nos rolos da salvação

Desconheço meu caminho,
São as noites sem dias que o diabo guardou em mim
Não há anjos nem santos
Quem me afastem o cálice do veneno

Nada é certo nesta vida incerta
Chamo a morte para entrar em meus aposentos
pago com a alma mais um momento na vida
Não me entrego nem me rendo

O salto é longo, às pernas curtas
Mas aprendi a voar nas asas do passado
No caminho marcado nas cicatrizes
E perco meu nome pois dele não preciso

No espírito elevado entre a terra e o mar
No louvor da palavra santa
Dobro meus joelhos no pó
E bebo da água da vida

Na trepadeira das sombras,
Ao encontro da agua que reflete a face do amor
E entre flagelos e torturas e pés cansados
Entrego as asas de serafins anjos caídos

Entre amores lembrados
Entre sorrisos disfarçados em lágrimas
Em testamento deixo
O tabernáculo da alegria

Espada da divisão
Que não traz amor
Nem odio
Mas escolhas.