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segunda-feira, 25 de julho de 2011

E ressurge mais uma manha

Somos teclas de um piano
Que desafinado diz olá
Apanhando o tal comboio
Numa esquina desafinada
Na gare destinada

Somos a voz que se eleva no silêncio
Palavra calada
Somos rua pelos sapatos calcada
O horizonte do mar imenso

Somos a cadeira deitada
Que nos faz manter de pé
O suor perfumado de uma guerra lembrada
 Os corpos marcados pela fé

E ressurge mais uma manha
Que nos amanhece
Sem nos perguntar
Se queremos acordar

E chega o beijo
Nas asas do vento
Leve nos lábios
Que perguntam como esta?

Sem saber esse nome
Escrevo entre a sorte
Tentando descortinar
Porque o sol queima
Quando ainda esta noite

Digo de onde venho
Mesmo sem saber onde pertenço
 Tudo gira parado
Como o colorido de uma flor
Que nasce no fim do dia

E tu pagas o café
No azedo do açúcar
Mexendo os dedos fechados
Abrindo a alma pela primeira vez
Perguntas quem pode levar a mal?

Enquanto eu bebo
O resto do inicio
Do vinho em minha boca
Sonhando com o beijo
Que não te dei
E ressurge mais uma manha
Que nos amanhece
Sem nos perguntar
Se queremos acordar


corpo que se vê

Tudo e simples
Pelo caminho
Entre a fadiga do sinal
Recostado ao universo
Vagueando o mundo
Sem cheirar o avindo

Sabes como quem sabe
Ao sabor de uma corrente qualquer
Certa vez que te chamaram para dançar
Batendo ases como uma ave

Soltando a escolha
Enfrentando o desafio
Abrindo a garrafa vazia cortando a rolha
E na graça
Sorris a desgraça

Fazemos amores
Numa palavra esquecida
A sombra de uma mistura de sabores
E a palavra se torna sentida

Cuidado ao correr
Andar ou saltar
Sem esconder o relógio que dita o tempo
Que gela o momento
Um só olhar pode eternizar
Soltar uma paixão
Que leve esse rebelde
Coração de paixão
Simplesmente ao simples segundo
Em que se pode amar

Entre o tempo que passa
Tentando ficar
Ao reencontro dos desaparecidos
De quem não conhece a desgraça

O mundo dance-mos
Sentados numa esplanada
Ao cair do sol
Separando os compêndios
Ao cantar da rua sem saída

E o corpo que se vê
Sem se ver
Ao desejo do maldito
Quando o amor é criminoso
E o criminoso se torna favorito

Soltando aquela eterna gargalhada
E então que tudo se lixe
Nesta estrada desamparada
Trocando endereços
Pelo meio a sempre quem cochiche ou comiche
Pois eu sou pessoa
E quero ser amada