Neste ousado
hoje
Meu peito arde
Minha alma
chora
Tudo me parece
passado
Neste presente
angustiado
Destinado ao
fracasso
Onde não tenho
mão em mim
Não ouso
contorcer
Gritar a dor
Na noite
vizinha
De apúlio
Guardarei eu a
reserva dos tempos
Ensaiando o
dissabor
Alma carente
Dependente do
omnipresente
Se ao menos o
silencio me escutasse e me permitisse minha cabeça deitar, saberia retornar ao
eu de mim, sem ter que lutar de braço ao peito saberia como te ajudar, destro
de pensamento as vozes silenciariam no arco que treme pedra em estátua que se
constrói
Me empurrado
para um julgamento na pirâmide que em mim se ergue
Ressurgimento
do pó que me assalta
Acendalha que
me arde
Na palavra que
me queima
Sou um relento
obsoleto
O terceiro de
um quarteto
No silêncio de
tanta escuridão
Se em mim o
desejo aumenta
A vida me foge
por entre
Meus finos
dedos
Se embriaga
elevando o espírito
Me destruindo o
corpo
Tenho sangrado
meu coração
Nos dedos que
sozinhos escrevem
Abrindo a minha
alma
A cada emoção
Por tempo
indefinido
Tenho escrito
cicatrizes
Que guardo em
meu peito
Tenho revelado diretrizes
Que um sopro da
alma não vem só
Pois se despe
de qualquer razão
Entre o vestir
do pensamento
Ingrato coração
Que me sangras
em pecado
Nesta dor de
solidão
Insensato
coração
Que me
alimentas de tanta ilusão
Que me chama em
apostasia
De mim mesmo
E me sangra
este corpo vencido
Abrindo a porta
da ternura
Me salvando
deste relento
Lágrimas,
lágrimas
Tenho ainda algumas
em meu peito
Pois quando te
vi nascer tão esbelto
Pequenote sem
falar
Meu amor se
tornou teu condão
Uma nova razão
para desta porta passar
E ver o cimento
que se estende la fora
Como natureza
do homem
A cada passo
que dou no passeio por limpar
Sempre por
limpar
Me desvio do
olhar triste e sombrio
De cada alma
mal dormida
Que caminha sem
caminhar
E tudo me
aperta os nervos
Descendo esta
maldita rua
De passagem
incerta
Me lembro que
também eu pequenote
Sem falar
deixei uma porta aberta
Para que possas
guardar algumas gotas em teu peito
Também
1 comentário:
Lindíssimo,parabéns
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