Encontrei as portas do mundo
Abertas para o odio
Deitadas na injustiça
Que se regozija em cada pranto
Encontrei as portas do mundo
Fechadas para o amor
Fechadas para a compaixão
Não querendo sequer deixar passar a união
Encontrei claustros espalhados
Corações incendiados
Pela minha mão
Pela tua mão
Passei seus arcos avançando
O desértico coração
Rompendo almas
Soltando clamores
Ao ritmo de tambores
Chorei seus horrores
Sofrendo seus amores
E disparei com toda a força
A única arma que eu munia
Soltei a voz
Soltei as asas do sonho
Ergui madeiras
E preguei todas as lagrimas
Em estacas de tortura
Lavei meu corpo
Sequei meus pensamentos
Ajoelhando orei a Deus
Pedindo para ele cicatrizar minha alma
Entre meus passos pesados
Desaguei em meus pecados
E meus olhos vertiam toda a ruindade
Entre meus atos sem perdão
Entrei nas portas do mundo
Qual forasteiro
Ergui minha tenda
Sobre a lareira do destino
E tudo era vazio
Sem cor
Nas telas do amor
Por pintar
Encontrei as portas do mundo
Entrei e caminhei
Mas não encontrei quem mais queria encontrar
Na verdade não me encontrei
Porque nelas me perdi
Para quem sabe, tu me poderes resgatar!
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