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sábado, 3 de agosto de 2013

Afinal quem estava dentro de mim

Mãe afinal quem me deu a mão
No primeiro arranhão
Quem largou a morte
E nos lançou neste lugar sem sorte

Afinal quem estava dentro de mim
Saindo da minha própria alma
Sem o vento da dor
Relaxando apenas num olhar

Afinal meu único amor
Ouviras meus balões de ar
A rebentar sem reclamar
Pisando as uvas das vinhas do amanha

Afinal confortavelmente ocupa minha cadeira
Com um sorriso onde a ternura perdura
E eu prego as tabuas em nossa morada
Sem que o alento te seque

Afinal era tudo um acreditar
Um sonho para sonhar
De um poema
Que teimo em não acabar

Afinal tu és vida em mim
E tu vida em mim
Sempre que me torno criança
E faço birra a chorar

Afinal tu eras o luar
Que eu não sabia agarrar
Confortavelmente e sem reclamar
Tu caminhavas sobre o mar
E me abraçando me sussurravas ao ouvido
Para sempre de ti vou cuidar

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