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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Mesmo se não podermos

Ruge o leão
Na selva sem selva
Do homem e sua rectidão
Chega a verdade
Trazendo desilusão
De quem aceita com prontidão
Que este mundo recto
Precisa de andar em contra mão

Loucos são os loucos
Sábios loucos
Que por não omitir a mentira
Na verdade se tornam
Loucos

Bem-vindos a justiça do mundo
Erguido por tabernáculos
E poderes ocultos
De infâmia moralidade

Vinde e resolvamos
As coisas entre nós
Amorosamente
Diz o Deus vivente

Mas pode um cego guiar outro cego?
Pode um coxo correr?
Mas tão pouco
Posso escolher
Que devo reconhecer

Se a verdade se tornou mentira
Então a mentira será verdade
Neste mundo
Em prontidão da sátira

Eu vejo
Astutamente
O homem a se erguer
Na mais bonita mentira
Oh Sabio, sábio pensador
Nem os anjos
Serafins terão compreensão
Nessa dor

Mais acima estão os querubins
Na mais bela hierarquia
E no topo
Aquele em que a palavra é viva
Terá sempre o condor
Da bentidade imerecida
De nos entender
Mesmo se não podermos
Entender que nasceu
E numa estaca de tortura morreu
Porque alguém deu o que ninguém deu
O melhor de tudo que poderia dar
O mestre-de-obras
O aprendiz fiel
O arcanjo Miguel
Nosso salvador

Filipe Assunção

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