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sexta-feira, 1 de abril de 2011

eu apenas reconheço


Não me encontro neste passado
Onde o presente me mantém
Num futuro pendente
A palavra não é a mesma
No cumprimento que conheci
A gravata já não aperta na garganta que me sufoca
Verdejante entre campos de memórias
Onde a vegetação cresce sem direcção
Onde tudo gira sem pés ou cabeça
Onde passeio pelo desgosto profundo
No medo de não te reconhecer
Loucura apenas
Entre o dia que persiste em me anoitecer
Derramando lágrimas
Em nébulas sobre meu corpo

Sem segredo
Na esperança que não existe
Eu reconheço
Eu tenho medo
De não te reconhecer
De deixar este amor morrer
Sem colheita
Expulsando o vento
Que navega na alma
Trazendo novas esferas
De um lugar exposto ao sol
Como um luar vazio
Onde me entregas o amor
Sem pedestal
Carinho matinal
Que aguardo sem ânsia
Em teu ombro longo
Curvado em mim
Eu me espanto
Nessa perfeição imperfeita
Quando em mim
De mim sabes cuidar
Libertando a vida
De mim para mim
De ti assim
Com um olhar
De quem sabe amar
E eu apenas reconheço
Sem ti não era possível continuar
Sonhar algo para sonhar
Beijar e viajar
Por entre teu corpo
Sem mescla
Onde me desnudo
Por defeito
Nos braços teus

1 comentário:

João Maria Ludugero disse...

Adorei seu cantinho maravilhoso.
Já estou te seguindo. Bom ficar aqui! Hiper abraço. Felicidades e alegrias mil.
João.