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quinta-feira, 17 de maio de 2012

horas contadas


Sem esperança
Na própria esperança
O soluço tira o ar
Se ao querer respirar
A súplica se solta

A voz que clama
A paz que se esconde
O regozijo do poder
Uma alma na morte
no amor comprada

Atiro mais uma linha
Onde tinta, risca meu nome
Ao acordar da sesta
Chega a desilusão
Em lamento
Ao negro do luto
Não me pranteio ao corpo
Nele eu nem existo
Ai da alma!
Negra alma que tento expulsar
O velho medo da incerteza
De assumir a inexperiência
onde sou garrafa nunca vazia
Que se enche sem esvaziar
O perfume é igual
No pecado já pesado

Agora sim
Nesse teu não
Que agora me retalha
Diz me a mim
Se isto é apenas um sim de não
Para que o tempo me confunda
Entre o leve vento que me atrapalha

Quem me descalça
Sendo meus pés, meus braços?
Quem se agarra em meu peito?
Nas horas contadas
E me diz baixinho
Sou eu de ti
Num lugar após outro
carregado pelas asas de uma frágil borboleta .

2 comentários:

Cria disse...

Sempre bom te ler, poeta amigo ! Beijo.

SolBarreto disse...

Lindo!
Saudades de passar aqui e te ler...