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domingo, 3 de março de 2013

Aja quem entre



As paredes já gastas
Unidas por uma cor
Albergam vozes caladas
Memorias despojadas

Sugam o fumo do cigarro
O grito de cada ser
Quem em silencio?
Reclama sua existência!
Oh! Quanto alento
Me deixe pelos dedos suados
De revolta em tanta dor
Como apenas queria
A criança debruçada
Livre! Desancorada
Ai dos hipócritas
Repetidores de outros repetidores
Aja quem entre
Enquanto outros não deixam entrar
Ai do deserto feito de sol e mar
Quem sabe a lua
A simples lua, a vos possa devorar?
Que os pássaros tomem contam nos céus´
Entoando suas belas melodias
E a revolta do mar seja audível
Que venham tempestades
E que causem danos sim!
Extinguimos hoje
E o cabo bojador
Qual Golias Nada nos diz
Não quero cravos
De lembranças
De saudades extintas que nos prende
Qual espelho na parede
Apenas reflectindo
A voz que me alberga
Me faz gemer
Entre a esperança tremer
Mas indo além
Qual rua sempre em frente
Encontrar essa curva do amor!






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