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domingo, 23 de junho de 2013

Sobre a varanda

Tomou conta de mim
Uma batalha dos muitos eus
Paredes derraigadas
Lanças envergadas

Impudicamente impura
Retratada ao irretratável
Sobre a varanda
Nada nobre dos meus pecados

Como um poço onde o fundo
Não possui apenas o vazio
Em cada gota de água
Que se torna um pensamento

Entre tantos outros
Pensamentos antigos
Que me tornam meu presente ridículo
Ambiciosas as bocas
Atraentes aos desejos
De que sonhar pode ser tudo
E como ato nada realizar

Atentos momentos
De braços parados
E pernas quebradas
Assim como a alma
Se perde no nada
Entre uma e outra realidade
De destinos nunca realizáveis

Eu me extingo
Em cada, eu
Onde nesses seguramente
Me entrego ao incerto
Da própria morte

Nos benefícios e dúvidas
Nas palavras extensas
Sem regras
De tanto curtas
Apunhalando o coração

Onde a nobreza
Se torna apenas a certeza
Que tudo foi frívolo
Na procura da mais que egoísta;
Egoísta solução

De aprisionar o amor
Qual gaiola que contem um pássaro
Que a cada amanhecer
Canta sem vontade de chilrear

Mas como todas estas verdades
Os corpos se imputam
De vestes improprias
E desejos fúteis

Normas de Deuses banais
Quem nos sugam o ser
Em um só sopro
Assim como uma janela se abre
Uma porta se fecha

Tornando tudo um restante
De mim guardado
Fechado a chave
Nesse cofre que é meu coração

Ninguém saberá quem sou!
Nem mesmo eu
Não sendo permitido ao meu próprio ser
Querer magoar aquém do além próximo

Nem que para isso
Tenha que me erguer
Sobre o corpo já de si molhado
Soltando cada fumaça

Que dentro de mim arde
E esvoace para mais um sonho
Nunca realizável
Nessa minha vontade
De ser e querer

Através de um ou outro poder
Vencer o amor
Que na minha mente ridícula
Se tornou dor

Sobre a varanda
Nada nobre dos meus pecados
Apenas se torna claro
Que apenas avistava minha humanidade
Em cada sonho minha força para viver

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