Vagueio pela eira
De um dia normal
Já ninguém me fala
Na minha seca videira
Serei eu a rua
Na morada crua
Ou serei o mar
A sonhar com o luar
Deixarei eu me despir
Pela geada
Enquanto posso Sentir
A pele gelada
De um aconchego
Sem relevo
Pois a noite não tem fim
Enquanto espero o nascer do sol
Não posso voar
Neste céu fechado
Não quero chorar
E te deixar
Não quero morrer
Nem tão pouco viver
Sem saber
O que o homem
Anda por aqui a fazer
Vagueio a ternura
Uma espécie de loucura
Que se esvazia
Na amargura da solidão
Sou eu sem eira nem beira
Construindo um caminho
Acendendo a lareira
Do meu próprio destino
Enquanto me falo
Rasgando pais uma página
De um simples jornal
Que trás mais um dia de loucuras
De um dia banal
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