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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Posso ser eu, podes ser tu

Posso ver como quem passa por mim
Um infinito destinto
De mãos suadas
De árvores dizimadas

Em suas raízes cercadas
Rastejam os vermes
Escolhidos pela sorte
Dos enfermes

Posso sentir como quem entra em mim
O poder da revolta
Os danos colaterais
Que ela solta
Entre abraços negados
E espelhos quebrados
Na esperança
Que a solidão não seja mais que uma ilusão

Posso ser em mim
Partículas de vários eus
Um sonho dentro do próprio sonho
Para sonhar

Onde ninguém se pergunte
Se de novo quer acordar
E de novo
Ter que lutar

Posso ver lá fora
Os lobos famintos
Em plena luz do dia
Ensopados de sangue

Inocentes de asas quebradas
Em lagrimas delineadas
Por um olhar puro
Perante tal ato impuro

Posso chorar ou sorrir
Escolher calar ou falar
Sofrer ou fechar os olhos
E parar de viver

Cada emoção
E me afogar
Num rio de egoísmo
Abrindo as barragens
Aos que me consomem o coração

Posso ser eu, podes ser tu
Do outro lado da margem
A precisar que se estenda a mão
E se afague o cabelo
Amparando um coração

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