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domingo, 19 de setembro de 2010

colheitas de amor

Salpicos de súplicas
Atolados nas gargantas
Colhidas na primavera
Com mãos de calosidade
Em labutas constantes pela mudança
Desvendo nossas vidas
Com mãos trémulas
Em entrega nos teus pés
Lanço as garras a estrada
Da nossa existência
Penetro toda suspeita
Com minha mão
Talho o nosso amor cuidado
Numa escultura sem cor
Falo a alma por de traz da terra
Sujo a cara com poeira
Levantada em suor
Forço o temporal
Acalmar em nosso corpo
Não te deixo afastar
Tento salvar toda a plantação enraizada
Pois em ti estou a morar
Não perco teus movimentos
Não fujo ao teu olhar
Termino a colheita
Das uvas em teus olhos
Vindimo nosso amor
Transformando a fantasia em alegria
Ceifo as curvas de teu corpo
Com dedos dedicados
Cravejo a tábua da nossa dor
Guerreio toda a nossa felicidade
Nos campos verdes do nascer
Coloco nas malgas
O vinho do amor
A brotar
Servido em mesas sem cadeiras
Sentados de pé
Falando em silencio
Com relógios parados
Escrevendo em branco
Pautas singelas
Em olhares de conhecimento
Unimos nossas mãos
Para a nossa colheita de amor.

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