Uma sombra de uma simples nebula de um desejo que nasce
por si só, não consegue reter, de mim tal ilusão que coloca em órbita! Experiência vale o que vale e desaguo em um rio profundo sem saber onde me leva
tal loucura! Navego por uma lama confusa profunda e no medo de me afundar
navego num pequeno barco entre uma vela rasgada e o remo perdido. Sem saber se
sou metade de mim numa outra metade que não vem eu me perco e o mundo me acolhe
abrindo os braços e me mostra como me perder! O silencio do tempo me lembra que
algo esta mal, o sol que já não brilha o lobo que já não uiva o sorriso que já
não surge.Meu corpo treme temendo por nós neste leito que se estende derramando
um doce odor sobre um corpo marcado! Talvez seja uma demência uma espécie de
aló… afinal estou vivo, ou talvez seja uma dor camuflando um amor.
O comboio chega pela madrugada, a estação esta deserta
e eu espero por que não vem entre o vazio de existir e querer existir, o
silencio por si me gela o corpo e o medo me atira contra mim! Devorando minha
esperança rogo por um perdão, por nascer de novo de vestes lavadas, ergo meus
olhos aos céus e te abro meu peito chorando minhas dores, pedindo rogando para
parar de me afundar. Deixo de acreditar nesse sabor, deixo de querer sentir
novas emoções, perco-me nas razoes, por não me erguer contra mim próprio!
Afinal sou amado a cada manha e amo a cada noite que em silêncio relembro o que
é verdadeiramente importante lembrar! Nesse instante me prostro no chão e peço
perdão sabendo que não tem perdão, sabendo eu que nunca me irei libertar das
marcas de um dia que em desfolhada passou e passa em cada outono!
Se a vida fosse mais que um olhar, teria tempo para
apenas te olhar, se a vida não fosse uma dor jamais ousaria magoar, se eu não
fosse imprestável e soubesse meu lugar poderia sorrir e me acarinhar com a
leveza de um jugo pouco carregado! Teria noites de sono infindáveis sem
demónios para me conjurar! Tenho um sopro, Guardado em um beijo, Qual borboleta
espera voar E descobrir novos lugares. Dor para enterrar, Em algum lugar secreto!
Que não me dispa, Que me mantenha discreto, Ainda tem um olhar de esperança!
Uma vontade enorme de remar. Sobre teu corpo ancorar Nas vitórias, Sobrevoar as
derrotas! Tenho perfumes em meu corpo entre
destinos sem fim tenho espinhos ancorados encontros marcados de quem quero esquecer tenho a mão que Deus me deu numa alma de poeta o som para colorir o poema para me destruir qual dom que não queria, este de sentir tudo a fluir! Sou
prisioneiro de mim, numa traineira sem fim, sou o vento sem tempo, passageiro neste mundo, onde não me encontro! Amo não por amar e me dói saber que este mundo não é para amar, me tornando prisioneiro de mim! Agora entra em mim
nesta viajem de ida, não haverá volta, onde se ergue o céu na distância desse
teu eterno olhar! Vela apagada iluminando cada estrada, farol de esperança
entre os mares, tocando as areias em cada encher da maré de cabelos contados eu
me dispo em ti, de alma aberta entre a verdade e a mentira que tento nunca
contar, se as lágrimas se descaem qual comporta por abrir, regando uma flor
desejosa de viver! Vibrante se sente entre o silencio o respiro da vida o
coração a disparar correndo uma vida entre as veias que pulsam forte querendo
elas próprias sair e inundar o labirinto que se ergue em mim!
Afinal todos somos teclas de um
piano desafinado erguendo um cigarro mal apagado entre fotografias e livros por
rasgar teremos sempre muito para contar, muito para aprender, afinal sempre é
bom chorar se for para mudar!
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