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quinta-feira, 16 de maio de 2013

A uma claraboia que me desflora

A uma claraboia que me desflora
Um ar que não me espera
Um comboio que desespera de esperar
A uma aurora que me cobre os lábios com sabores doces de amora

A um sempre um dia que passa sem sua presença
Livro incendiário por escrever
A sempre culpa e uma sentença
Sempre que teus olhos ao infinito olham tristes

A um louco que ainda me resta
Uma gota de vinho que não presta
A uma música por cantar
Escrita num velho diário por se soltar
Sempre uma aresta por limar

A uma manha para levantar
Um corpo por saudar
Nesta estrada para sonhar
Uma boca para beijar

A um preso em cada janela
Entre a curva de cada viela
A festa que nos resta
Nos gritos dos aflitos

A uma claraboia que me desflora
Um ar que não me espera
Um comboio que desespera de esperar
A uma aurora que me cobre os lábios com sabores doces de amora

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