Ressurge uma vontade
Um espaço despojado
O desejo da mocidade
Contra uma
inexperiência do mal-amado
O silêncio se escuta
Num coração cheio
Qual alma que labuta
Nada deixando a meio
Ressurge a saudade
Disfarçada de tempestade
Ressurge o
arrependimento
Em forma de
sentimento
Vozes alegres
Se ressentem em tal rouquidão
Entre ouvidos surdos
E olhos que não
querem ver
E o ser chora
Humano transformado em
animal
E a flor não creche
Em tal quintal
Solidão que não
ampara
Na esperança que ela
suga
Qual alimento vivo
E o pão se torna duro
Em cada palavra bolor
Em cada ato
Um novo dissabor
Tenho a alma pela
alma
A palavra pela
justiça
O pranto como
esperança
E o lamento como
mudança
A dor que Deus não me
deu
A raiva que o mundo
me deu
E o suspiro do fraco
Entre o ar que
respiro
E nada é pequeno
Entre a grandeza do
humilde
E tudo é veneno
Na grandeza dos que
dizem vinde!
Vinde, vinde a nós
Para nos saciarmos da
vossa carne
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