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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Lavando a cara por ritual

Tenho sentido a vida
Como uma despedida
De tantas despedidas
Do que os olhos vêem
Castigando o profundo da alma

Tornando a cor incolor
O sabor sem sabor
No doce que se torna amargo
E a vida nos obriga a carregar um fardo

Cada vez que dizemos adeus
Separando o presente
Que se torna saudade
Aprisionando nossa liberdade

O sorriso forçado
Os passos dados sem sentido
O corpo nu
Que sem sentido é vestido

E as manhas que nada de novo trazem
Apenas o barulho do silêncio
Dos que nelas acordam
Lavando a cara por ritual

É solto mais um suspiro
De olhos fechados
É solto mais um sonho
Que não foi realizado

E é nessas horas mais ternurentas
Em que rogamos a compaixão
Em que nosso coração
Pula para ter alguém com quem falar

E a vida se torna presente
Como uma saudade
Contada a dois
Aliviando o profundo da alma

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